Dicas para te ajudar a começar no tarot 

 

Definir o tarot é algo bastante complexo por que a historia da origem das cartas é um tanto misteriosa. Os baralhos de tarot como os conhecemos hoje surgiram na era do Renascimento e não tinham associações adivinhatórias ou oraculares. Porém, diz-se que os segredos e símbolos neles inseridos têm suposta origem no Egito e na Grécia antiga. Há uma lenda que afirma que os egípcios esconderam seus aprendizados de ascensão espiritual nas cartas como forma de preservar e proteger esses conhecimentos do comportamento indigno e imoral dos humanos. Mas isso tudo é uma lenda, pois não há provas que sustentem essa premissa (até o momento). 

 

Beleza, legal, mas vamos falar do tarot no contexto atual: 

 

Basicamente, um deck de tarot é composto por setenta e oito cartas (ou segredos) que se transformam dependendo do contexto. Ou seja, uma carta pode aparecer como uma ajuda, uma mensagem, um aviso, uma bênção, entre outros. As cartas podem nos auxiliar a navegar as profundezas da alma, ajudar a pensar sobre nossas questões e problemas cotidianos, trazendo uma perspectiva diferente e criando espaço de reflexão para tomadas de decisões e encontrar possíveis soluções.

 

A ideia é que a prática com as cartas possa acrescentar inteligência espiritual ao nosso emocional e ao racional. É importante ter em mente que o tarot sempre pode nos trazer alguma lição e aprendizado. 

A jornada de aprendizado no tarot é bem particular, lapidada de forma única e individual. Não tem receita ou fórmula. No meu caso, foi um caminho bastante autodidata. Usei todos os recursos disponíveis: livros, blogs, vídeos no YouTube, Instagram, fóruns de tarot, podcasts, ou seja, eu ia atrás de informações liderada pela minha curiosidade e vontade de aprender. 

 

“A jornada de aprendizado no tarot é bem particular, lapidado de forma única e individual”

 

O lance é que começar a estudar o tarot pode parecer meio assustador. A ideia de ter que decorar os significados e simbolismos de tantas cartas dá até uma ansiedade e aumenta nossa chance de desistir. O que tem que ser entendido é o seguinte: você nunca vai parar de estudar por que as cartas nunca param de te ensinar, capisce? Vai na calma… tarot não tem essa de “destino final”, se desapega disso por que isso vai contra o propósito das cartas. Constrói tua relação com teu baralho e deixa fluir, confia que vai dar boa!

 

 

Mas vamos ao que importa:

 

Dicas para começar 

 

Preparação 

  • Escolha seu baralho: Quando eu comecei o meu rolê com o tarot, o primeiro baralho que comprei foi um de Marselha. Confesso que complicou um pouco a minha vida no início porque ele tinha poucas figurinhas; somente os Arcanos Maiores são representações ilustradas, os demais são naipes como dos baralhos espanhóis ou de truco. Complica bastante quem quer começar… minha dica é escolher um baralho de Waite com o design o mais próximo do original. Meu primeiro baralho de estilo Waite foi esse aqui Tarot de Mucha.

 

  • Consagração de baralho: Aqui é o momento de criar aquele clima com o baralho, é o despertar, o batismo, é a hora que se dá uma intenção pra esse novo baralho. Também é a a hora de limpar as energias prévias contidas nesse baralho. Tem várias formas de fazer consagração, mas vamos nos atentar à forma mais básica e o jeito que eu mais gosto de fazer que é da seguinte maneira: Me instalo em um ambiente calmo e silencioso, livre de perturbações (isso inclui o celular). Acendo meu defumador ou incenso e deixo ele queimando um pouco… seguro o meu baralho na mão e dou umas cinco respiradas profundas pra dar uma relaxada e então eu mentalizo uma reza, um mantra ou uma frase (aqui fica a critério individual) e passo o baralho sobre a fumaça do incenso ou defumador. Quando sinto que “deu” embaralho o deck e guardo ou já faço uma tiragemzinha. A defumação pode ser realizada sempre que achar necessário. 

 

Prática 

Eu comecei aprendendo de várias formas diferentes, mas a forma que achei mais eficiente foi  estar em contato diário com as cartas e realmente passar um tempo com elas… de verdade. Às vezes, eu distribuía todas as cartas em cima do meu sofá  enquanto eu sentava no chão e ficava olhando pra cartas e tentando fazer relações com as figuras, cores, números, nomes e me deixava levar pelas histórias que me contavam.

Por isso é legal fazer o seguinte:

  • Olhar as cartas uma a uma e ir montando a coleção mental de ‘vibes’ com as primeiras impressões que cada carta traz e ir anotando essas observações num caderninho ou um diário.
  • Separar Arcanos Maiores e Arcanos Menores e observar as diferenças mais evidentes entre cada um dos grupos, de forma mais geral (o que você nota? São grupos com vibes muito diferentes? Diferentes como?)
  • Fazer a análise mais profunda de cada Arcano Maior: 
    • Vibes (energia passiva, ativa, positivo, negativo, neutro)
    • Cores 
    • Primeiras impressões, sentimentos despertados
    • Área (trata de uma area da vida específica? Amor, relacionamentos, mudanças, padrões, intuição, racional, mental, etc.)
  • Fazer a análise de cada Arcano Menor:
    • Separar por naipes e observar cada grupo
    • Cores (há alguma cor predominante?)
    • Temas (os grupos de naipes tem algum assunto predominante? Emocional, material, espiritual?)
    • Vibes (energia passiva, ativa, positivo, negativo)
    • Quando em ordem crescente, que historia está sendo contada?

 

Tiragens

 

Vai paquerando teu baralho por um tempo, até se sentir confortável em começar a tirar uma cartinha todo dia e anotando no diário, vendo como que essa carta se manifestou no cotidiano. Aos poucos, vai ampliando o número de cartas para uma tiragem de duas ou três cartas. E é isso… Lembrando que vão ter fases onde a gente parece estar em completa sintonia com baralho enquanto outras vezes nem tanto. É normal ficar um tempo sem tocar não baralho ou não sentir o chamado das cartas, mas não tem jeito, ele sempre volta a chamar.